A primeira venda internacional do Guarani é o pilar de um plano maior da Iveco no setor de defesa. A empresa planeja instalar no Brasil uma estrutura de montagem capaz de fabricar diversos veículos de combate destinados ao mercado mundial.
“A ideia é criar aqui não uma unidade de produção do Guarani, mas uma Iveco Veículos de Defesa América Latina capaz de produzir no Brasil uma gama bastante ampla de veículos a serem vendidos a todos os países do mundo”, afirma o diretor-geral da divisão de Veículos de Defesa da Iveco Latin America, Paolo Del Noce.
A companhia italiana estuda produzir no país o caminhão com tração 6×6 Trakker AT380T e o jipe LMV, com tração 4×4 e 195 cavalos de potência. Para a fabricação, seriam necessárias adaptações na linha de produção de Sete Lagoas, cujo custo não foi divulgado. A linha de produção do blindado Guarani será concluída em maio, ao custo de R$ 55 milhões.
A Iveco está apresentando o modelo Trakker AT380T e o jipe LMV aos exércitos da região para atrair ofertas de compra.
“Se conseguirmos fechar um acordo com um desses exércitos nós começamos a produzir aqui os outros dois veículos”, diz Del Noce. “Há muito interesse, muitos pedidos, mas ainda não apresentamos orçamentos”. O LMV é campeão de vendas na Europa e utilizado por onze exércitos, entre Reino Unido, Itália e Rússia. Versões do veículo foram vendidas para os britânicos por valores entre 150 mil e 225 mil libras.
A venda do blindado Guarani para os argentinos é negociada desde o ano passado. Para formalizar o pedido de compra pelas 14 unidades, a Argentina espera apenas a certificação do veículo pelo exército brasileiro, o que deve acontecer no segundo semestre deste ano.
“A Argentina está confirmada, o ministro da defesa argentino confirmou que a Argentina quer 14 carros e só está esperando a adoção definitiva do veículo aqui no Brasil”, diz Del Noce.
Del Noce diz que as forças armadas do Chile, Senegal e Angola têm interesse em adquirir o Guarani. Ele afirma ainda que o tipo de veículo, um 6×6 anfíbio, tem grandes possibilidades no mercado do Oriente Médio.
“O interesse no exterior está se expandindo, se concretizando”, diz o executivo sobre a procura internacional pelo Guarani. “Este veículo só vai ser fabricado no Brasil, não tem outro blindado 6×6 anfíbio na gama da Iveco. Se amanhã qualquer país do mundo pedir um 6×6 anfíbio, nós vamos oferecer o Guarani.”
A produção com conteúdo local é prioridade do projeto. O Guarani já superou a meta de 60% de conteúdo nacional, previsto no contrato com o Exército. Mas até o fim de 2014, a empresa busca fornecedores locais para os demais componentes importados. Atualmente, a empresa negocia com a Usiminas o fornecimento das chapas de aço balístico que revestem o carro, hoje importadas da Itália. “A ideia da Iveco é que, se tiver a possibilidade de localizar algo, nós vamos fazer”, afirmou o executivo.
Fonte: Valor Ecômico e Blog do Caminhoneiro
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