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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Funcionários da Mercedes ameaçam parar produção


Os funcionários da montadora Mercedes-Benz, com respaldo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, sinalizaram a possibilidade de paralisação de algumas áreas da produção na unidade de São Bernardo caso a companhia não apresente acordo que preserve o emprego dos 483 trabalhadores que têm contrato por período determinado, que terminaria em 18 de novembro. Nesta semana, os setores de montagem de ônibus e CKD pararam como protesto.
O posicionamento foi apresentado por dirigentes do sindicato, durante assembleia na fábrica. Na ocasião, a entidade expôs aos colaboradores a posição da Mercedes, que é de não renovar os contratos dos 483, que estão em layoff – ou seja, afastados fazendo cursos e recebendo verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e complemento pago pela montadora. A entidade também disse que não aceitará a possibilidade de a companhia demitir 1.000 trabalhadores efetivos, também em layoff, em janeiro. A intenção da Mercedes em não manter esses empregados contraria acordo que fez com o sindicato, que prevê garantia de emprego.
Depois de receberem telegrama, na quarta-feira, em que a montadora informou a dispensa, os 483 funcionários ficaram apreensivos com o risco de ficarem sem salário e sem seguro-desemprego, que foi pago durante o período de afastamento. O diretor de comunicação da entidade, Moisés Selerges Júnior, falou para os empregados rasgarem o telegrama – que os convocava para a rescisão, nessa segunda-feira.
Durante a assembleia, o diretor lembrou que, depois de queda nas vendas de caminhões neste ano, o mercado reagiu em outubro e isso é mais um motivo para não aceitar as rescisões. “A Mercedes tinha 9.000 caminhões em estoque, agora vai girar em 1.000, ou seja, dentro da normalidade. Se a empresa faz isso em momentos de retomada, imagine o que não vai fazer em outros momentos.” Trabalhadores da área de caminhões ouvidos pela equipe do Diário durante o ato também relataram que a produção na área está a todo vapor, com a fabricação de 80 unidades por dia, em um turno só. Antes, segundo eles, faziam 70 veículos de carga em dois turnos.
Procurada, a Mercedes afirmou, em nota, que busca administrar a forte retração nas vendas e suas consequências para a força de trabalho. “Nesse cenário, a Mercedes-Benz e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC continuam trabalhando no desenvolvimento de solução que visa garantir a manutenção dos níveis de emprego”. Quanto aos 483 temporários, a companhia disse que eles foram contratatos por tempo determinado e que “esse processo não pode ser considerado demissão”.
O sindicato convocou os trabalhadores para nova assembleia, hoje, no Centro de Formação Celso Daniel, ao lado da sua sede. Serão apresentados o posicionamento da Mercedes sobre o caso, após negociações iniciadas sexta-feira e que estavam previstas para continuar sábado, e os próximos passos da mobilização, caso não cheguem a um acordo.
Fonte: Diário do Grande ABC

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