Cerca de 200 famílias aguardam a desapropriação de uma área improdutiva.
Sem estrutura básica, os acampados pedem ajuda da Prefeitura da cidade.

Trabalhadores rurais estão acampados na zona rural de Caconde (SP) há um mês. As 200 famílias aguardam a vistoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para avaliar a desapropriação de uma fazenda de três mil hectares, que pertence à Usina Itaiquara. Eles alegam que a propriedade é improdutiva há mais de 20 anos.
O acampamento provisório foi montado na estrada rural que liga a cidade à vizinha Tapiratiba (SP). No espaço, todos vivem sem energia elétrica. Não há banheiros. Algumas barracas são pequenas e por isso uma cozinha comunitária foi criada para atender às famílias que não têm um local para preparar a comida.
Para lavar a louça, a trabalhadora rural Sônia Maria Abreu usa a água do rio que fica no fundo do acampamento, lugar que muita gente também toma banho. “A situação é precária porque nós precisamos de água, é ruim para ir ao banheiro, tem criança pequena, bebezinho, tem mulher grávida, tem senhora de idade”, relatou.
O trabalhador Renato Sabino está acampado com a mulher e os três filhos. Na barraca dele, a água retirada de uma mina é estocada e usada nas tarefas domésticas. Segundo ele, alimentos não faltam e tudo o que chega é dividido entre as famílias.
As crianças frequentam escola, mas dependem do transporte. O ônibus não chega até o local e o ponto mais próximo fica a três quilômetros do acampamento. Para não prejudicar os estudos, o trabalhador Éder José Alves prefere deixar os filhos na casa dos avós.
InfraestruturaEnquanto aguarda a decisão da Incra, o grupo pede ajuda da Prefeitura para melhorar as condições no local. “Precisamos de àgua potável, transporte para as crianças, um banheiro químico para elas e para as mulheres. Mas eles [a Prefeitura] dizem que não podem fazer nada”, explicou o trabalhador Adriano Chiacchio Garcia.
A Prefeitura da cidade afirmou que irá auxiliar as famílias somente quando receber um comunicado oficial do Incra com informações que confirmem a liberação da área para a reforma agrária.
O Incra informou que deve vistoriar a fazenda ainda este ano para verificar se ela é ou não improdutiva. Caso seja, poderá ser aberto o processo de desapropriação. Já a Usina Itaiquara, proprietária da fazenda, não se manifestou sobre o caso.
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