
É uma notícia excelente: a redução drástica do número de acidentes em uma curva perigosíssima de uma estrada que já foi considerada uma das mais perigosas do Brasil. O repórter César Galvão mostra como isso foi possível, e como milhares de vidas poderiam ser poupadas em outros lugares com a mesma simplicidade.
Se você for viajar por essa estrada, se prepare para as curvas. Elas são rápidas e traiçoeiras. Em um dia de chuva, um carro foi parar no canteiro central. Depois veio outro, que capotou várias vezes. Já com a pista sinalizada, o terceiro se acidentou no mesmo lugar.
É a Régis Bittencourt, uma das estradas federais mais antigas do país. Na nossa viagem, paramos para ver um carro. Ele saiu da pista e voou para a ribanceira. O motorista morreu na hora.
“Tudo indica que foi sono, não tem outra explicação”, diz um inspetor.
Durante três, anos o número de acidentes cresceu. Ao todo, 6.240, em 2009; quase sete mil, no ano passado. O número de mortes é assustador: quase 200 em 2010; mais 150 em 2011.
A Régis tem1,2 mil curvas; 250 delas são as mais perigosas. Um erro ou um descuido deixam o carro sem direção, e põem outros motoristas em perigo. Isso sem contar o abuso da velocidade e das ultrapassagens.
Na Serra do Cafezal, o ponto mais crítico de toda a rodovia, sobra imprudência para quem enfrenta congestionamento na pista dupla. Um tipo novo de sinalização faz todos andarem na linha. A contagem regressiva avisa que o motorista deve reduzir a velocidade antes da curva. No meio dela, bastões chamados de balizadores induzem, quem dirige, a fazer o traçado correto. Os balizadores são flexíveis. Se forem tocados, voltam à posição original, e refletem os faróis à noite. A implantação em cada curva custou, em média, R$ 12 mil. É um recurso temporário contra os acidentes até a duplicação de um trecho, que ainda não foi feita por falta de uma licença ambiental.
“Não adianta só as obras, tem um trabalho muito grande, que seria o hábito e a educação do usuário no sentido de usar a rodovia dentro das suas limitações”, destaca Eneo Palazzi, diretor da concessionária.
A curva mais perigosa da Serra do Cafezal foi a primeira a receber os balizadores. Há quase dois meses não é registrado nenhum tombamento de caminhão. O número de mortes este ano é zero. Para se ter uma ideia da diferença que isso faz, encontramos, na próxima curva, onde não existe sinalização, uma carreta com mais de 20 toneladas foi parar em um barranco. A velocidade aumentou rápido e o veículo ficou sem freio.
Vídeo:
Fonte: Jornal Nacional
Fonte: Jornal Nacional
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