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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Caminhoneiro é exemplo de responsabilidade e profissionalismo


caminhoneiro
“É atrás do volante e com uma estrada pela frente que me sinto realizado”. Essas são as palavras de quem já viajou mais de 1 milhão de quilômetros na boléia de um caminhão sem cometer infrações de trânsito ou provocar acidentes. Motorista há 33 anos, Arlindo da Silva, 51, é prata da casa e recebeu um prêmio recentemente da empresa em que trabalha pela competência, responsabilidade no trânsito e profissionalismo demonstrado em seu serviço.
Casado com Marly Delício da Silva há 19 anos, ele conta que a vida de caminhoneiro começou acidentalmente. “Trabalhava com uma perua Kombi em uma empresa e de repente acabou as vagas e só tinha para caminhão. Ou eu era mandado embora, ou passava a dirigir carreta”, afirmou Silva. Com a necessidade de manter a família e permanecer no emprego, Arlindo encontrou na estrada o seu ganha pão e de quebra uma nova paixão: dirigir.
Habilitado para guiar carretas e caminhões, Arlindo passou a viajar por todos os estados do país, e confessa: nunca usou um aparelho GPS. “Sempre fui acostumado com o jeitão antigo, e como naquela época não tinha este tipo de aparelho, o jeito era parar e pedir informação.”
Apesar de sentir prazer em pegar estrada, ele confessa que a saudade da família dói a cada quilômetro rodado. “Minha família sempre me apoiou, em especial minha esposa. Mas a gente chega a ficar 20 dias fora de casa, e é aí que o coração aperta.”
A viagem mais longa de Silva é sempre para o Rio Branco, quando ele roda 8.400 quilômetros em jornadas de 12 horas de volante e outras 12 horas para descanso. Apesar do “mito” de que a maioria dos caminhoneiros toma o famoso rebite para agüentar as viagens, Silva confessa que nunca fez uso dele. “Sempre descansei as horas que me eram concedidas para descansar. Já me ofereceram para tomar, mas nunca quis”, disse.
As dificuldades de quem passa mais tempo na estrada do que em casa são muitas. Silva conta que já passou fome e foi alvo de bandidos. “Fiquei três dias sem comer porque não tinha onde comer, não encontrava lugar. Quando encontrei uma casa à beira da pista, dei R$ 100 para uma senhora cozinhar pra mim.”
No Rio de Janeiro, três bandidos levaram sua carga. “Encostou três homens quando eu estava carregando e levaram até a minha mala de roupas”. Mas todo o serviço de Arlindo Silva foi reconhecido no ano passado, quando ele recebeu da Morada Transporte – White Martins um prêmio por seus mais de um milhão de quilômetros rodados desde que entrou para a empresa, e de quebra entrou para o livro em comemoração aos 100 anos da transportadora.
“A quilometragem fica registrada na empresa, e poucos caminhoneiros conseguem alcançar a marca sem nenhum acidente ou multa. Desde então eu já devo ter passado dos um milhão e meio de quilômetros rodados.”
Fonte: Folha de São Pedro e Blog do Caminhoneiro

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