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domingo, 28 de outubro de 2012

Governo prorroga redução de IPI até fim do ano


A presidente Dilma Rousseff anunciou na quarta-feira, 24, durante cerimônia de abertura do 27º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis até 31 de dezembro. O benefício, que zera o IPI de modelos 1.0 e reduz à metade para carros com motorização até 2.0, venceria no fim de outubro.
O presidente da associação dos fabricantes de veículos (Anfavea), Cledorvino Belini, afirmou que a medida deve garantir o recorde de 3,67 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos em 2012, em alta de 6% sobre 2011. Para Belini, o setor deve manter nos três últimos meses do ano o ritmo de 16,3 mil unidades diárias emplacadas.
Belini disse que foi informado da prorrogação do IPI pela presidente Dilma no mesmo momento em que ela fez o anúncio. “É inacreditável, mas é verdade. Acho que não aguentaram a gente ir lá e acho que o Mantega não quer conversar com a gente”, brincou, lembrando que tinha uma reunião com o ministro da Fazenda na próxima segunda-feira, 29, para tratar de vários assuntos do setor, entre eles o IPI.
Em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a renovação de desoneração do IPI para o setor de automóveis provavelmente será a última. Segundo ele, a renúncia do governo com a extensão da medida por mais dois meses, até o fim do ano, é superior a R$ 800 milhões. A medida, de acordo com o ministro, garante que os empregos continuem aumentando no Brasil.
Medida esperada
Também presente à cerimônia de abertura do Salão do Automóvel de São Paulo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou que a prorrogação da alíquota reduzida do IPI já era esperada e que a medida reforça as expectativas de crescimento forte nas vendas do setor nos últimos meses de 2012.
Durante a entrevista, Pimentel foi interrompido pelo presidente da Anfavea: “Parabéns para nós, parabéns para o Brasil e para o Ministério (do Desenvolvimento)”, disse Belini ao ministro.
O fim da redução da alíquota do IPI para veículos coincidirá com a entrada do novo regime automotivo (Inovar-Auto), em 1º de janeiro de 2013. Pimentel afirmou que o Inovar-Auto ainda está em fase de ajuste fino e que é possível que ainda haja alguma mudança para resolver problemas localizados, entre o quais a demanda das importadoras para que seja revista a cota de até 4,8 mil automóveis importados anualmente. “Podemos fazer algumas mudanças, mas, no geral, o que está posto é isso”, concluiu.
Em seu discurso no evento, a presidente Dilma defendeu o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), que impulsiona o aumento de compras de componentes nacionais e o investimento em pesquisa, desenvolvimento e engenharia de produção ao trazer novos índices de nacionalização para veículos comerciais e metas de eficiência energética que, se atingidas, garantem descontos extras de IPI.
A presidente acredita que o Inovar-Auto é fruto de um novo momento para o setor e para o Brasil, com a ascensão de 40 milhões de pessoas à classe média, que, com acesso ao crédito e ao consumo, passaram a vislumbrar a possibilidade de comprar o carro com que sempre sonharam.
“O Brasil terá de ser um lugar com cadeia produtiva sustentável, complementada com a produção internacional, mas aqui tem que ter essa produção. Não é possível que a gente ache que o nosso País não é capaz de gerar conhecimento científico e tecnológico na indústria automobilística. Nós queremos gerar tecnologia. Nosso País tem o desafio da produção, e produzir vai significar para o País ter uma enorme capacidade de inovar”, declarou.
Fonte: Automotive Business

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