
Andrade vinha competindo com versões do caminhão de cabine linear, conhecido como “cara-chata”. Dos 23 caminhões que largaram para a etapa no Rio Grande do Sul, apenas dois são “bicudos” – o outro é o Mercedes-Benz do gaúcho Régis Boessio. A adoção do caminhão de frente estendida, opção que utilizou na Truck entre 2000 e 2007, foi parte da estratégia com que a equipe paulista busca recuperar rendimento.
“Esse tipo de caminhão permite uma distribuição de peso mais eficiente, e o trabalho para aproveitar essa característica foi a forma que encontramos para compensar a nossa defasagem de potência”, explica o piloto, campeão da Truck em 2002 e 2010. “Em 2010 nós tínhamos o kit biturbo, que foi eliminado pelo regulamento de 2011. Hoje nós não temos um motor tão forte, por isso a aposta no novo modelo”, acrescenta.

Apesar de não ter aproveitado a programação de treinos livres, Andrade conquistou o segundo lugar no grid de largada da etapa gaúcha. Mantinha-se em segundo até que a mangueira do radiador se soltou, provocando aumento da temperatura do motor. “Eu fui diminuindo o ritmo para ver se conseguir ir até o fim da corrida, mas a situação chegou a um ponto em que, se eu insistisse, o motor quebraria. Preferi parar”, recorda.
O rendimento do novo caminhão, batizado como F8 por ter sido o oitavo Fórmula Truck construído pela equipe, deixou Andrade satisfeito. “O caminhão nasceu competitivo e com bastante potencial para desenvolvimento”, anima-se, já prevendo uma condição favorável na segunda etapa da temporada, marcada para dia 7 de abril na cidade paranaense de Londrina – a corrida no Autódromo Internacional Ayrton Senna terá em disputa o GP Crystal.
“Gosto muito da pista de Londrina. É a pista onde costumamos fazer os testes da equipe, embora não tenhamos testado com esse novo caminhão. Foi em Londrina, em 2010, que quebrei um tabu, também”, recorda o bicampeão. “A pista é travada e, na época, os caminhões pequenos, com entreeixos mais curtos, acabavam tendo vantagem, vinham dominando a etapa há anos, mas venci a corrida com um caminhão grande”, frisa.
Outro ponto positivo apontado por Roberval Andrade foi o desempenho de seu novo companheiro de equipe, o também paulista Ronaldo Kastropil, que terminou a etapa gaúcha em décimo lugar. “O Ronaldo tem uma virtude, que é a paciência no aprendizado. Ele sabe que tem de aprender, pegar a manha do caminhão, e o resultado dele foi excelente. Ele tem muito potencial para figurar no pelotão da ponta a curto-médio prazo”, aponta.
Os treinos para o GP Crystal, em Londrina, terão início na manhã de 5 de abril, sexta-feira. A corrida de domingo terá transmissão ao vivo em HD pela Rede Bandeirantes.
Fonte: Fórmula Truck e Blog do Caminhoneiro
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