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Muitos motoristas fazem como antigamente e ainda preferem preparar a própria refeição na caixa cozinha do caminhão. Embora dê algum trabalho e consuma certo tempo, esta prática tem dois pontos positivos: a certeza de consumir um alimento saudável e a economia de dinheiro com refeição, item que também pesa no orçamento do carreteiro autônomo, principalmente.
Porém, quem tem o hábito de cozinhar na estrada sabe que dependendo da condição climática os cuidados devem ser redobrados. Com a chegada do verão, por exemplo, as altas temperaturas podem estragar rapidamente os alimentos. Caso o motorista não perceba, o resultado pode vir algumas horas após a ingestão em forma de fortes dores estomacais. A nutricionista Márcia Penz, explica que consumir produtos contaminados pode causar uma toxi-infeção alimentar e provocar diarréia, náuseas, mal estar, cansaço e fadiga. "Dependendo do caso, pode até levar à morte", alerta. Ainda de acordo com ela, a grande maioria dos carreteiros passa mal por falta de cuidados com a alimentação no Verão. "Devido às altas temperaturas, é preciso muita atenção na conservação, além de haver necessidade de ingestão de bastante líquido", acrescenta a nutricionista.
Uma das alternativas dos motoristas autônomos para manter os alimentos em bom estado para consumo é investir na compra de uma caixa refrigerada ou geladeira. Preocupado com a saúde alimentar, há dois anos o carreteiro Ibamar Antônio Backes, 35 anos de idade, do município de Carazinho/RS, que muitas vezes fica até trinta dias fora de casa, comprou uma geladeira para o seu caminhão. "Faço os lanches, café da manhã e jantar, e, quando dá tempo preparo o almoço também, se não, vou para algum restaurante porque é mais prático e rápido", relata. Orgulhoso ele mostra o que costuma carregar como iogurtes, frutas, queijo e carne, lembrando que sai de casa tranquilo mesmo quando 'faz muito calor'.
Assim como Ibamar, Vilson Sabino da Silva, 59 anos de idade, adquiriu uma geladeira há cerca de cinco anos e prepara suas refeições. "Antigamente, quando eu fazia comida no caminhão tinha de comprar tudo no dia para não estragar. Como viajo direto, por quase um mês, valeu a pena ter investido, pois fico mais tranquilo com os alimentos refrigerados", afirma Vilson. Na cozinha do seu caminhão, os pratos mais comuns são arroz a carreteiro, batatas e carne. A nutricionista faz um alerta para os carreteiros que não possuem local adequado para conservar os alimentos evitarem produtos perecíveis como leite e derivados, embutidos e de origem animal, pois deterioram facilmente e por isso oferecem maior risco de contaminação. "É preferível levar alimentos secos (biscoitos, torradinhas, cereais, enlatados, como atum e sardinha) que tem uma deterioração mais lenta", orienta a nutricionista.
Em muitos casos, preparar a comida na estrada é uma diversão, conforme conta Felipe Schena, carreteiro gaúcho de 24 anos de idade. De acordo com ele, nessas ocasiões geralmente um grupo de amigos combina o local onde parar para fazer a refeição. "Assim é mais divertido. Combinamos com carreteiros de outras cidades, conhecidos e amigos e decidimos o que vai ter de almoço e jantar", explica.
Felipe diz que a carne, por exemplo, é comprada em quantidade suficiente para o consumo diário, pois todos têm muito cuidado com a conservação para não estragar nada. " Os pratos que mais saem na caixa cozinha são arroz a carreteiro, galinhada e massas. São comidas de preparo rápido, o tempo é precioso", acrescenta. Frutas como mamão, banana e maçã ele compra na estrada diariamente.
O carreteiro Darlã Pechi, de Ampere/PR, tem 24 anos de idade diz ser fácil preparar um prato de massa com salame, o qual ele diz ser o mais frequente no seu cardápio. "Com as temperaturas altas eu tomo bastante líquido e consumo bastante frutas", afirma Darlã. Quanto às frutas, Márcia Penz lembra que devem ser adquiridas preferencialmente no dia, principalmente aquelas que se deterioram mais rapidamente, como banana, pêssego e mamão. Já a maçã e pêra são frutas que conservam de um dia para outro em temperaturas mais altas e podem ser armazenadas por até dois dias. "Mas devemos lembrar que nenhuma fruta tem durabilidade maior que três dias", sinaliza a nutricionista.
O carreteiro gaúcho Lano Calegaro diz que o ideal é comprar pouca comida, para não estragar e no seu caso e de seu colega Amaurelino Gancini, o máximo que um salame pode durar são quatro dias, enquanto frutas e pão têm de ser comprados todos os dias. "Temos que nos cuidar, eu já tive problemas de saúde no Verão por causa da má alimentação na estrada e falta de água", lembra. "Café com salame e queijo é uma beleza", conclui Amaurelino.
Um alerta em relação aos alimentos está relacionado aos embutidos, como salame e salsicha. Embora sejam de fácil preparo e com elevado teor de sal, o ideal é mantê-los sempre sob refrigeração também. Isso porque o calor vai retirando o liquido do alimento, e ao mesmo tempo oportunizando um ambiente para o desenvolvimento de alguns fungos. Ainda de acordo com Marcia Penz, os embutidos são um risco à alimentação de qualidade e saudável, podendo ocasionar, mais tarde, doenças cardiovasculares, diabetes, colesterol alto e mau funcionamento do intestino.
Falta de água também faz mal à saúde. A ingestão de líquido recomendada é de 1,8 litros ao dia, independente da estação do ano, porque o corpo humano deve se manter hidratado, lembrando sempre que, este líquido deve ser água e, que no verão é preciso redobrar a atenção, afinal, o líquido é eliminado pelo corpo.
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sexta-feira, 29 de março de 2013
Prato saudável
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